Charles Bezerra Cabral
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ORIGEM
DE SÃO JOSÉ
São José de Princesa-PB atualmente
São José de Princesa-PB em 1930 segundo Luizinho Brás
No ano de 1801 chegaram nesta terra
dois rapazes, um deles chamava-se Félix Ferreira da Luz. Andavam a procura de
terras boas para se arrancharem, mas não encontrando água nem casa se dirigiram
para o pé da serra, dito lugar se denomina lagoinha. Lá encontraram uma fonte
d’água permanente e dita fonte permanece a mesma. Lá fizeram uns rústicos
ranchinhos os quais cobriram com palha de Catolé, pois era abundante na região.
Explorando terras e em seguida chegaram mais três irmãos da família Bezerra os
quais se chamavam José, João e Antonio. Estes se uniram e continuaram na
exploração. Os três irmãos Bezerra eram casados e tinham filhos e filhas, cujos
filhos casando-se com os irmãos Ferreira foram formando a família de são José.
Todos eram católicos e procuraram um local para fazer uma pequena capela.
Depois de construída veio um padre por nome de Frei Marçal e colocou a imagem
de São José,
daí surgiu o nome desta terra que ainda permanece o mesmo.
Teste tempo São José já estava evoluindo,
contava com um grande comércio, lojas e era frequentado por todos os
habitantes. Por desventura veio uma grande epidemia e não havendo nenhum
socorro morreu muita gente.
Com mais alguns anos houve a seca de
1877 e com esta o lugar foi só regresso. Os comerciantes naquela época eram da
família Bezerra e Ferreira. A família Lopes também foi uma das primeiras a
chegar, depois foi chegando outros. Vieram de Portugal uns missionários e
trouxeram a imagem de N. S. da Conceição e colocaram na dita capela, ficando
como padroeira do lugar. Cujos missionários chegaram no mês de novembro,
hastearam uma bandeira e começaram a fazer o novenário, encerrando no dia 8 de
dezembro com missa e procissão. Ainda hoje se comemora tradicionalmente esta
festa. Depois veio o padre Ibiapina que terminou a construção da capela que
ficou aos cuidados dos habitantes para zelar. Teve como encarregado do piso o
Senhor Cordeiro Grande, do reboco Manoel Jorge da Silva e das calçadas Neco
Batista na administração do padre Floro.
Trabalho
feito pelas alunas do 3º ano pedagógico do ano de 1978.
Transcrito
por Luiz Ferreira Lopes.
Neste
trabalho participaram as alunas Neta Vicente, Arlene Lopes, Erotildes Bezerra.
Zefinha Batista e Eulália Ferreira.
De acordo com informações colhidas
pelo descendente da família Bezerra, FRANCISCO CHARLES BEZERRA CABRAL DE LIMA,
no caso eu, ao saudoso JOAQUIM BEZERRA LEITE, * 10/05/1910 + 05/12/2005 (Joaquim
de santo Bezerra), o mesmo relatou que as famílias Bezerra e Ferreira, vieram
do Município de Surubim no agreste de Pernambuco por volta da data mencionada
na narrativa do trabalho acima do ano de 1978. O mesmo contava que por conta de
uma questão entre famílias naquele município entre os Bezerras e os Ferreiras
contra outra família que ele não sabia dizer, mas tendo como pivô da contenda
um padre da família opositora, foram as vias de fato e na peleja chegaram a trocaram
socos com o pároco daquele lugar. Com o acontecido as famílias ficaram em pé de
guerra e por justa razão. Então antes que acontecesse mais alguma coisa de
caráter violento, levantou-se um determinado membro da família Bezerra e propôs
a família adversária um acordo. Se por acaso as pessoas envolvidas na contenda
que resultou nas vias de fato com o padre, fossem retiradas de Surubim para
lugar ignorado para nunca mais voltar, como ficaria a questão. Membros da
família contrária presentes na reunião de conciliação disseram que a questão
ficaria acabada. Assim procederam os Bezerras e os Ferreiras naquele momento e
ajeitaram a partida dos envolvidos na contenda, que segundo JOAQUIM de santo
Bezerra, eram o Félix Ferreira da Luz que ele dizia chamar-se Félix César da
Luz e que era casado com Mariana Bezerra, mais o irmão de Mariana Bezerra que
não me recordo do nome com sua esposa e filhos além dos filhos de Mariana e
Félix.
Oportunamente faremos novas publicações relacionadas ao tema da origem de São José de Princesa - PB, com acervo fotográfico.
Primo Charles, estes relatos são de uma valia estrondosa. Parabéns. Vou postar um pequeno cordel que fiz falando também da nosso origem tudo baseado em fatos verídicos e coletados por meu pai Edilson Bezerra e minha mãe Rita Henriques:
ResponderExcluirA ORIGEM DE SÃO JOSÉ
I
FOI NO SÉCULO XIX
QUE CHEGARAM POR AQUI,
DOIS IRMÃOS DESBRAVADORES
QUE QUERIAM CONSTRUIR,
EDIFICAR SUA MORADA
E DE FORMA ORGANIZADA
FAMÍLIA CONSTITUIR.
II
FÉLIX FERREIRA DA LUZ
JUNTO COM O SEU IRMÃO,
ENCONTRARAM BOAS TERRAS
GOSTARAM DA REGIÃO,
UM LOCAL MUITO PROPÍCIO
PRA PLANTAR E DAR INÍCIO
NOVA CIVILIZAÇÃO.
III
TAMBÉM A FAMÍLIA BEZERRA
JUNTAMENTE COM A PRIMEIRA,
CHEGARAM POR ESSAS TERRAS,
E HASTEARAM A BANDEIRA,
DA RELIGIÃO CRISTÃ
PARA ABENÇOAR A CHÃ
DESSA TERRA LISONJEIRA .
IV
E FORAM PRO PÉ DA SERRA
CONSTRUIR SUA CASINHA,
COM PALHA DE CATOLÉ
QUE MUITO POR AQUI TINHA,
DE FRENTE PRO HORIZONTE
ERA PERTO DE UMA FONTE
QUE CHAMARAM LAGOINHA.
V
E ASSIM TODOS UNIDOS
COMEÇARAM A EXPLORAR,
AS NOVAS TERRAS QUE ERAM
PRÓSPERAS PARA TRABALHAR,
E COM FORÇA E UNIÃO
CONSTRUIR NESSE RINCÃO
O LUGAR DE SE MORAR.
VI
COM TUDO PRONTO DEPOIS
CONSTRUÍRAM UMA CAPELA,
POIS TODOS ERAM CATÓLICOS
TINHA SUA CRENÇA NELA,
E COM GRANDE DEVOÇÃO
A IMACULADA CONCEIÇÃO
COLOCARAM DENTRO DELA.
VII
FAZENDO ASSIM TODO ANO
UMA FESTA DE PRIMEIRA,
SENDO 08 DE DEZEMBRO
O DIA DA PADROEIRA,
ONDE TODO MUNDO REZA
TANTO LOUVA, QUANTO PREZA
A NOSSA MÃE MILAGREIRA.
VIII
E ASSIM TUDO SE FEZ
O LUGAR FOI PROSPERANDO,
OS BEZERRAS E OS FERREIRAS
JÁ ESTAVAM SE INTERLIGANDO,
QUANDO OS LOPES DE SIQUEIRA
VEIO SE JUNTAR AS PRIMEIRAS
E O LUGAR FOI AUMENTANDO.
IX
TUDO FOI SE ESPALHANDO
PELOS RINCÕES DA PROVÍNCIA,
QUE A TERRA ERA FECUNDA
MUITO AGRADÁVEL E PROPÍCIA,
NISSO VEIO OS FLORENTINOS
OS ANTAS E OS SABINOS
PRA CONFERIR A NOTÍCIA.
X
VEIO A FAMÍLIA LEITE
A CARVALHO E A CORDEIRO,
ESSAS QUE SE INSTALARAM
PRAS BANDAS DO ESPINHEIRO,
DEPOIS VIERAM OS PEREIRAS
OS HENRIQUES E OS NOGUEIRAS
PRA ESSE LUGAR ORDEIRO.
XI
POR AQUI CHEGOU UM ÍNDIO
DA TRIBO DE PIANCÓ,
QUE FUGIU AMEDRONTADO
DA CHIBATA E DO CIPÓ,
ELE AQUI VIVEU SEM IRA
SE CHAMAVA IBIAQUIRA
E VIVEU SEU TEMPO SÓ.
XII
QUANDO ESSE ÍNDIO MORREU
A POPULAÇÃO SENTIRA,
NUMA FORMA DE HOMENAGEM
O POVO SE REUNIRA,
PRA MUDAR NOSSA ESCREVINHA
DO NOME DE LAGOINHA
PRA CHAMAR-SE IBIAQUIRA.
XIII
E FICOU POR ALGUNS ANOS
O NOME DESSE PAGÉ,
NESSE TEMPO AQUI CHEGOU
MISSIONÁRIOS DA FÉ,
REZARAM NA CURRUTELA
E COLOCARAM NA CAPELA
A IMAGEM DE SÃO JOSÉ.
XIV
E O PADRE FREI MANOEL
DECIDIU ENTÃO MUDAR,
O NOME DE IBIAQUIRA
DIFÍCIL DE SE FALAR,
E ANUNCIANDO COM FÉ
DISSE AGORA É SÃO JOSÉ
QUE AQUI VAI SE CHAMAR.
XV
O TEMPO FOI SE PASSANDO
SÃO JOSÉ CRIOU FIRMESA,
E QUERENDO SER CIDADE
SUPEROU TODA INCERTEZA,
FOI DE FATO EMANCIPADO
E AGORA FICOU CHAMADO
DE SÃO JOSÉ DE PRINCESA.
XVI
FICOU AQUI RESUMIDO
MAIS DEU PRA VER COMO É,
A NOSSA HISTÓRIA TÃO LINDA
DE BRAVURA, PAZ E FÉ,
QUE NÃO SEJA SÓ INSTANTE
E QUE TODOS PASSE ADIANTE
A ORIGEM DE SÃO JOSÉ.
Poeta cordelista;
RENA BEZERRA
26/04/13