quinta-feira, 10 de março de 2016

ORIGEM DE SÃO JOSÉ DE PRINCESA - PB

Charles Bezerra Cabral
francisco.charles@ipa.br
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ORIGEM DE SÃO JOSÉ

São José de Princesa-PB atualmente


São José de Princesa-PB em 1930 segundo Luizinho Brás



            No ano de 1801 chegaram nesta terra dois rapazes, um deles chamava-se Félix Ferreira da Luz. Andavam a procura de terras boas para se arrancharem, mas não encontrando água nem casa se dirigiram para o pé da serra, dito lugar se denomina lagoinha. Lá encontraram uma fonte d’água permanente e dita fonte permanece a mesma. Lá fizeram uns rústicos ranchinhos os quais cobriram com palha de Catolé, pois era abundante na região. Explorando terras e em seguida chegaram mais três irmãos da família Bezerra os quais se chamavam José, João e Antonio. Estes se uniram e continuaram na exploração. Os três irmãos Bezerra eram casados e tinham filhos e filhas, cujos filhos casando-se com os irmãos Ferreira foram formando a família de são José. Todos eram católicos e procuraram um local para fazer uma pequena capela. Depois de construída veio um padre por nome de Frei Marçal e colocou a imagem de São José,
daí surgiu o nome desta terra que ainda permanece o mesmo.
            Teste tempo São José já estava evoluindo, contava com um grande comércio, lojas e era frequentado por todos os habitantes. Por desventura veio uma grande epidemia e não havendo nenhum socorro morreu muita gente.
            Com mais alguns anos houve a seca de 1877 e com esta o lugar foi só regresso. Os comerciantes naquela época eram da família Bezerra e Ferreira. A família Lopes também foi uma das primeiras a chegar, depois foi chegando outros. Vieram de Portugal uns missionários e trouxeram a imagem de N. S. da Conceição e colocaram na dita capela, ficando como padroeira do lugar. Cujos missionários chegaram no mês de novembro, hastearam uma bandeira e começaram a fazer o novenário, encerrando no dia 8 de dezembro com missa e procissão. Ainda hoje se comemora tradicionalmente esta festa. Depois veio o padre Ibiapina que terminou a construção da capela que ficou aos cuidados dos habitantes para zelar. Teve como encarregado do piso o Senhor Cordeiro Grande, do reboco Manoel Jorge da Silva e das calçadas Neco Batista na administração do padre Floro.

Trabalho feito pelas alunas do 3º ano pedagógico do ano de 1978.
Transcrito por Luiz Ferreira Lopes.
Neste trabalho participaram as alunas Neta Vicente, Arlene Lopes, Erotildes Bezerra. Zefinha Batista e Eulália Ferreira.


            De acordo com informações colhidas pelo descendente da família Bezerra, FRANCISCO CHARLES BEZERRA CABRAL DE LIMA, no caso eu, ao saudoso JOAQUIM BEZERRA LEITE, * 10/05/1910 + 05/12/2005 (Joaquim de santo Bezerra), o mesmo relatou que as famílias Bezerra e Ferreira, vieram do Município de Surubim no agreste de Pernambuco por volta da data mencionada na narrativa do trabalho acima do ano de 1978. O mesmo contava que por conta de uma questão entre famílias naquele município entre os Bezerras e os Ferreiras contra outra família que ele não sabia dizer, mas tendo como pivô da contenda um padre da família opositora, foram as vias de fato e na peleja chegaram a trocaram socos com o pároco daquele lugar. Com o acontecido as famílias ficaram em pé de guerra e por justa razão. Então antes que acontecesse mais alguma coisa de caráter violento, levantou-se um determinado membro da família Bezerra e propôs a família adversária um acordo. Se por acaso as pessoas envolvidas na contenda que resultou nas vias de fato com o padre, fossem retiradas de Surubim para lugar ignorado para nunca mais voltar, como ficaria a questão. Membros da família contrária presentes na reunião de conciliação disseram que a questão ficaria acabada. Assim procederam os Bezerras e os Ferreiras naquele momento e ajeitaram a partida dos envolvidos na contenda, que segundo JOAQUIM de santo Bezerra, eram o Félix Ferreira da Luz que ele dizia chamar-se Félix César da Luz e que era casado com Mariana Bezerra, mais o irmão de Mariana Bezerra que não me recordo do nome com sua esposa e filhos além dos filhos de Mariana e Félix.
           
Oportunamente faremos novas publicações relacionadas ao tema da origem de São José de Princesa - PB, com acervo fotográfico. 

Um comentário:

  1. Primo Charles, estes relatos são de uma valia estrondosa. Parabéns. Vou postar um pequeno cordel que fiz falando também da nosso origem tudo baseado em fatos verídicos e coletados por meu pai Edilson Bezerra e minha mãe Rita Henriques:

    A ORIGEM DE SÃO JOSÉ

    I
    FOI NO SÉCULO XIX
    QUE CHEGARAM POR AQUI,
    DOIS IRMÃOS DESBRAVADORES
    QUE QUERIAM CONSTRUIR,
    EDIFICAR SUA MORADA
    E DE FORMA ORGANIZADA
    FAMÍLIA CONSTITUIR.

    II
    FÉLIX FERREIRA DA LUZ
    JUNTO COM O SEU IRMÃO,
    ENCONTRARAM BOAS TERRAS
    GOSTARAM DA REGIÃO,
    UM LOCAL MUITO PROPÍCIO
    PRA PLANTAR E DAR INÍCIO
    NOVA CIVILIZAÇÃO.

    III
    TAMBÉM A FAMÍLIA BEZERRA
    JUNTAMENTE COM A PRIMEIRA,
    CHEGARAM POR ESSAS TERRAS,
    E HASTEARAM A BANDEIRA,
    DA RELIGIÃO CRISTÃ
    PARA ABENÇOAR A CHÃ
    DESSA TERRA LISONJEIRA .

    IV
    E FORAM PRO PÉ DA SERRA
    CONSTRUIR SUA CASINHA,
    COM PALHA DE CATOLÉ
    QUE MUITO POR AQUI TINHA,
    DE FRENTE PRO HORIZONTE
    ERA PERTO DE UMA FONTE
    QUE CHAMARAM LAGOINHA.

    V
    E ASSIM TODOS UNIDOS
    COMEÇARAM A EXPLORAR,
    AS NOVAS TERRAS QUE ERAM
    PRÓSPERAS PARA TRABALHAR,
    E COM FORÇA E UNIÃO
    CONSTRUIR NESSE RINCÃO
    O LUGAR DE SE MORAR.

    VI
    COM TUDO PRONTO DEPOIS
    CONSTRUÍRAM UMA CAPELA,
    POIS TODOS ERAM CATÓLICOS
    TINHA SUA CRENÇA NELA,
    E COM GRANDE DEVOÇÃO
    A IMACULADA CONCEIÇÃO
    COLOCARAM DENTRO DELA.

    VII
    FAZENDO ASSIM TODO ANO
    UMA FESTA DE PRIMEIRA,
    SENDO 08 DE DEZEMBRO
    O DIA DA PADROEIRA,
    ONDE TODO MUNDO REZA
    TANTO LOUVA, QUANTO PREZA
    A NOSSA MÃE MILAGREIRA.

    VIII
    E ASSIM TUDO SE FEZ
    O LUGAR FOI PROSPERANDO,
    OS BEZERRAS E OS FERREIRAS
    JÁ ESTAVAM SE INTERLIGANDO,
    QUANDO OS LOPES DE SIQUEIRA
    VEIO SE JUNTAR AS PRIMEIRAS
    E O LUGAR FOI AUMENTANDO.

    IX
    TUDO FOI SE ESPALHANDO
    PELOS RINCÕES DA PROVÍNCIA,
    QUE A TERRA ERA FECUNDA
    MUITO AGRADÁVEL E PROPÍCIA,
    NISSO VEIO OS FLORENTINOS
    OS ANTAS E OS SABINOS
    PRA CONFERIR A NOTÍCIA.

    X
    VEIO A FAMÍLIA LEITE
    A CARVALHO E A CORDEIRO,
    ESSAS QUE SE INSTALARAM
    PRAS BANDAS DO ESPINHEIRO,
    DEPOIS VIERAM OS PEREIRAS
    OS HENRIQUES E OS NOGUEIRAS
    PRA ESSE LUGAR ORDEIRO.

    XI
    POR AQUI CHEGOU UM ÍNDIO
    DA TRIBO DE PIANCÓ,
    QUE FUGIU AMEDRONTADO
    DA CHIBATA E DO CIPÓ,
    ELE AQUI VIVEU SEM IRA
    SE CHAMAVA IBIAQUIRA
    E VIVEU SEU TEMPO SÓ.

    XII
    QUANDO ESSE ÍNDIO MORREU
    A POPULAÇÃO SENTIRA,
    NUMA FORMA DE HOMENAGEM
    O POVO SE REUNIRA,
    PRA MUDAR NOSSA ESCREVINHA
    DO NOME DE LAGOINHA
    PRA CHAMAR-SE IBIAQUIRA.

    XIII
    E FICOU POR ALGUNS ANOS
    O NOME DESSE PAGÉ,
    NESSE TEMPO AQUI CHEGOU
    MISSIONÁRIOS DA FÉ,
    REZARAM NA CURRUTELA
    E COLOCARAM NA CAPELA
    A IMAGEM DE SÃO JOSÉ.

    XIV
    E O PADRE FREI MANOEL
    DECIDIU ENTÃO MUDAR,
    O NOME DE IBIAQUIRA
    DIFÍCIL DE SE FALAR,
    E ANUNCIANDO COM FÉ
    DISSE AGORA É SÃO JOSÉ
    QUE AQUI VAI SE CHAMAR.

    XV
    O TEMPO FOI SE PASSANDO
    SÃO JOSÉ CRIOU FIRMESA,
    E QUERENDO SER CIDADE
    SUPEROU TODA INCERTEZA,
    FOI DE FATO EMANCIPADO
    E AGORA FICOU CHAMADO
    DE SÃO JOSÉ DE PRINCESA.

    XVI
    FICOU AQUI RESUMIDO
    MAIS DEU PRA VER COMO É,
    A NOSSA HISTÓRIA TÃO LINDA
    DE BRAVURA, PAZ E FÉ,
    QUE NÃO SEJA SÓ INSTANTE
    E QUE TODOS PASSE ADIANTE
    A ORIGEM DE SÃO JOSÉ.

    Poeta cordelista;
    RENA BEZERRA
    26/04/13

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