Charles Bezerra Cabral
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É com orgulho que publicamos essa matéria sobre a história do algodão em Serra Talhada, tendo em vista as riquezas que essa malvácea produziu no Nordeste e em especial em Serra Talhada nos seus tempos áureos. Sendo motivo inclusive de festas anuais com a presenças de personalidades ilustres por ocasião dessas festas. Ivan Souto de Oliveira Júnior, Pesquisador do IPA, que por mais de três décadas décadas prestou valorosos serviços em prol da cultura do algodão na Estação Experimental Lauro Ramos Bezerra - Serra Talhada, assina essa matéria a qual fazemos o prefácio com muita satisfação. Esperamos que esse escrito possa satisfazer curiosidades e estudiosos sobre esse importante tema. Boa leitura.
Breve histórico sobre a cultura do algodão em Serra Talhada
(Ivan Souto de Oliveira Júnior)
Serra Talhada,
antiga Vila Bela, nasceu como uma fazenda de criação de gado, quando o
português Agostinho Nunes de Magalhães lá se estabeleceu com sua família para
explorar essa atividade. Devido a posição estratégica dos currais deste
português para os caminhos que levavam para a Paraíba, Ceará e Bahia, logo
passou a ser um ponto de encontro de peões e vaqueiros que transportavam seus
rebanhos para estas localidades, e assim, começa a se formar um aglomerado de
feirantes, cujo principal foco era a venda de gado. Assim, inicia-se a criação
deste município. Portanto, a principal vocação do Vale do Pajeú, era a pecuária
extensiva. Esta região, por está assentada no sertão de Pernambuco, sempre está
sujeita a ocorrência de secas episódicas. Como, naquela época, a caatinga ainda
estava preservada, a pecuária tinha como principal fonte de suporte forrageiro
a exploração deste bioma. Por este período, também se iniciou o cultivo do
algodoeiro mocó destinado à produção de fibras para uso nas indústrias têxteis
e similares. Trata-se de uma planta da família das malváceas,