sábado, 26 de janeiro de 2019

TÉCNICOS DO ESCRITÓRIO DO IPA DE MIRANDIBA ENSINAM AGRICULTORES A PLANTAR PELO MÉTODO CAPITAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA IN SITU

Charles Bezerra Cabral
francisco.charles@ipa.br
87-9.9658.1350

Marcação de curva de nível com nível pé de galinha

     No dia 23 de janeiro de 2019, os Técnicos do IPA/escritório de Mirandiba (Charles Cabral e Luzardo), ao lado do Técnico Carlos Valões do escritório do IPA em Carnaubeira da Penha, realizaram uma atividade de campo com mulheres beneficiárias do Projeto Dom Hélder assistidas pelo IPA, na Associação dos Moradores Quilombolas do Sítio Araçá no Município de Mirandiba PE. Vale ressaltar que esse método de plantio orientado pelos Técnicos, foi originado dos estudos do grande Engenheiro Agrônomo Guimarães Duque na década de 1950, e que fora chamado de "MÉTODO GUIMARÃES DUQUE" que orientava a escavação de sulcos em níveis e barrando os mesmos de forma que as águas das chuvas se acumulassem no interior de cada sulco e não escorresse pelo solo indo embora para os córregos, riachos, rios, etc. Além da prática prover a retenção das águas no interior dos sulcos e assim possibilitar um percentual elevado de sucesso das culturas plantadas, consegue-se também a proteção do solo uma vez que esses sulcos são feitos em nível, contribuindo assim com a retenção do solo e o combate as voçorocas que costumeiramente observamos nos roçados de todos por onde andemos. Posteriormente a EMBRAPA Semiárido rebatizou o "MÉTODO GUIMARÃES DUQUE", como Captação de água de chuva in situ - Médodo aração em faixas. como transcrevemos a seguir:

Captação de água de chuva in situ – Método aração em faixas

Método de preparo do solo para o plantio de culturas, principalmente anuais, como milho, feijão e mandioca, exploradas em condições dependentes de chuva, consiste da aração do solo em faixas, a fim de que haja a formação dos sulcos, seguidos por camalhões altos e largos, confeccionados em curvas de nível. Utiliza-se o arado reversível de três discos, retirando-se o disco que fica mais próximo dos pneus traseiros do trator. Este método, também é conhecido por método de “Guimarães Duque”,
por ter sido adaptado de técnicas usadas por esse estudioso na década de 50. É um sistema semipermanente, com duração de dois a três anos, também podendo ser manejado a cada cultivo, utilizando-se arados de aiveca a tração animal. Cada faixa é preparada com uma passagem do arado, que é composta de um sulco largo e profundo, seguido de um camalhão elevado (parte arada), que constitui a zona de plantio da cultura. O espaçamento entre os camalhões, onde estão dispostas as linhas de cultivo, é de 1,50 m. Para estabelecer um sistema de captação in situ, é necessário considerar os diferentes fatores relacionados com tamanho da área a ser cultivada, tipo do solo, topografia, quantidade e distribuição das chuvas, tipo de culturas, disponibilidade de equipamentos e mão de obra, associados à parte econômica. Esse sistema reduz os riscos da exploração agrícola e torna esta atividade menos vulnerável aos fatores climáticos, pelo aumento do armazenamento de água no perfil do solo e sua disponibilidade para a cultura e reduzir a erosão, quando comparado com o método tradicional de cultivo mínimo utilizando enxada manual com semeadura em covas.
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     Na atividade de campo orientamos o plantio em faixas com a cultura da palma forrageira (Orelha de Elefante Mexicana) nos sulcos espaçados com 2,0 mt entre sulcos e 0,50 mt entre plantas. devendo entre uma linha e outra realizar o plantio de feijão Vigna (Corda) e Milho consorciando assim a cultura da palma com essas outras duas importantes culturas de subsistência para a agricultura de base familiar. Os sulcos foram marcados com nível do tipo pé de galinha confeccionado pelas mulheres da comunidade, e abertos com ferramentas manuais por elas também. Após a marcação e abertura dos sulcos foi plantado a palma e deixamos o milho e o feijão para realização do plantio após o recomeço das chuvas.
 Marcação dos sulcos
 Abertura dos sulcos
 Plantio da Palma
 Voçorocas
  Voçorocas




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