sexta-feira, 17 de novembro de 2017

AÇUDE SACO IPA AGONIZA

Charles Bezerra Cabral
francisco.charles@ipa.br
87-99658.1350

     Com esse sugestivo título publicamos essa matéria sobre o Açude Saco I, localizado na Fazenda Saco - IPA, Estação Experimental Lauro Ramos Bezerra - Serra Talhada.
Breve Histórico sobre o Açude Saco I.
     Ao adquirir a Fazenda Saco em 5 de dezembro de 1931, pela quantia de cinquenta e cinco contos e seiscentos mil réis (R$ 6.838.800,00), o governo de Pernambuco logo empreendeu a construção do barramento do riacho do medeia com recursos do INFOCS - Inspetoria de Fomento e Obras Contra as Secas, que contratou a construtora Collier que realizou a obra entre 1932 a 1933. Na foto acima vemos duas paredes. A grande que foi construída entre 1932 a 1933 e a pequena que não sabemos a data, mas achamos que tenha sido construída pelos antigos proprietários da fazenda, Coronel Brás Magalhães e Major Baião, ou mesmo o Coronel Cornélio Soares de Lima, no início do século vinte, o qual fez a venda do citado imóvel ao governo de Pernambuco. Após a sua construção, o Açude Saco I só veio a extravasar no ano de 1964 e posteriormente em 1974 e 2005. Os mais velhos contam que o mesmo veio a secar na seca do ano de 1958, quando os rebanhos bovinos e equinos do IPA tiveram sua sede saciada nas fontes da grota da Negra na subida da serra grande, e no olho d'água da fazenda Porteiras na descida abaixo do restaurante da Senhora Mineco.
     Com as chuvas torrenciais do ano de 2011
o Açude Saco encheu e quase extravasou, ficando a trinta centímetros do transbordamento. No ano seguinte em 2012 iniciou-se a grande seca que segundo os meteorologistas, encerrou agora em 2017, e o velho Açude Saco veio a secar mais uma vez. É bom que se diga que mediante os nosso conhecimentos de acompanhamento do volume e qualidade da água do Açude Saco I, o mesmo não teria secado caso sua água não tivesse sido canalizada para a cidade para reforçar o abastecimento da população urbana, e ainda no seu percurso não tivesse a adutora sido vazada para beneficiamento de propriedades rurais e agro-industrias.
     Hoje nós Técnicos do IPA (Carlos Augusto Martins Guerra; José Nunes Filho, Charles Bezerra Cabral e Dilson Anacleto de Souza), fizemos a última coleta d'água e medição do seu volume existente. A qualidade da água ainda existente no leito do velho Açude Saco I, se encontra com 61 gramas de sal por litro, quase o dobro da água do mar que é de 34 gramas impossibilitando a existência de vida aquática, e o seu volume 25.000 m³ aproximadamente dos seus 32.000.000 m³ da sua totalidade.
     Em matérias anteriores que fizemos sobre monitoramento da qualidade e quantidade da água do Açude Saco I, fizemos denúncia do desvio de finalidade de uso da água que estava sendo utilizada por propriedades rurais e agro-industria no percurso da adutora da COMPESA, e a mesma COMPESA, após essas denuncias desativou a adutora na saída no paredão do Açude. Infelizmente o lago já estava comprometido. E hoje mais de 100 famílias parecem pela falta do pescado que com ele se sustentavam. E agora quem vai se adiantar para ajudar essas famílias famintas que ficaram sem o lago e o pescado que ele produzia? Infelizmente sabemos que ninguém, porque o ser humano não se farta de acumular riquezas.







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